Alexandre Kishimoto - foto: Lígia Regina |
Sábado tive a alegria de conhecer o coletivo da A Casa Amarela - Espaço Cultural, que reúne escritores, músicos, educadores, cineastas e pensadores da região de São Miguel Paulista. Encontrei gente de várias idades, conheci pessoas incríveis e pude reencontrar professores da rede pública da ZL - Inês Santos, Josafá Pereira da Silva, Célia Carvalho e Zulu de Arrebatá - que nos anos 2000 participaram comigo de uma experiência de apropriação do audiovisual nas escolas (foi neste contexto que conheci o grande cineclubista João Brito).
Conversamos sobre muitos assuntos, como a formação de público para a produção audiovisual independente, o papel dos educadores e alunos neste processo, a exibição de filmes como ato coletivo, ritual e reflexivo, a pesquisa sobre as salas de cinema japonesas do bairro da Liberdade, e o desafio de mobilizar os talentos da região (músicos, escritores, atores, fotógrafos, realizadores de audiovisual) para se contar, por meio de imagens e sons, as histórias locais.
Desde 2000 venho percebendo uma revolução cultural em curso, produzida por coletivos nas periferias urbanas de São Paulo. Saraus literários, grupos de teatro, apresentações musicais, hip hop, publicação e lançamento de livros de autores de várias regiões da cidade, produção e exibição de vídeos locais, reflexões, debates e construções colaborativas. Essa revitalização cultural é obra de coletivos como este da Casa Amarela que funcionam de forma comunitária, não de grandes instituições (empresas, ongs, governo) ou de políticas públicas (a função da política pública é apoiar coletivos como este).
Saúdo o pessoal da Casa Amarela pela oportunidade deste diálogo: Akira Yamasaki, Célia Yamasaki Silva, Sueli Kimura, Escobar Franelas, e o pessoal muito bacana que participou do Blábláblá. Muito obrigado!
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