|
Ceciro Cordeiro, atração especial do 20º Sarau da CA (foto Xavier) |
Mais de 100
pessoas. Umas chegaram antes mas foram embora no meio. Outras chegaram na
metade e foram embora depois do fim. Muitas chegaram depois e saíram antes. E
muitas, muitas outras chegaram antes e foram embora bem depois. Não importa. Foram
4 horas de evento no caldeirão da Casa Amarela. Quem resistiu, comeu as cerejas
do bolo. Quem insistiu, também participou do culto festivo à deusa Poesia, ao
seu modo, do seu jeito, da maneira que achamos que pode ser. Foi assim o 20º
Sarau da Casa Amarela.
Uma tarde de
domingo, atípica, a primeira em
que Hideko, mãe de nossa queridíssima Sueli Kimura, era
celebrada como “kami”, como insistiu Akira na abertura. O poeta, mentor e
organizador do “sarau da amarela”, lembrou que na tradição oriental ela,
tornara-se flor, nuvem, sol, lua, poesia! E nós ali, capitaneados pela poesia
lírica, urgente, pungente de Éder Lima, Sacha Arcanjo e do próprio Akira, rendemos
nossos pensamentos à matriarca que tornou-se estrela nessa semana.
Emocionado, o
japa não agüentou o tranco e cedeu o microfone para que eu e Ligia Regina
tomássemos conta do evento. Desconfio que o japa deu bala pra criança.
Fizemos, né, Lígia? Fizemos, do nosso jeito.
Quer dizer, sem jeito.
O convidado
especial dessa 20ª edição do Sarau da Casa Amarela era o cantor, compositor,
enigmático e performático Ceciro Cordeiro. E foi assim, de forma inusitada, que
ele subiu ao palco acanhado da casa, pequeno para seu tamanhão, e ali cantou e
contou histórias, desde lá lonjão, quando, na década de 1970, começou a cantarolar, influenciado pelos repentistas e
pelo canto das lavadeiras de seu Pernambuco natal, cismou que queria cantar também.
A tarde avançava acelerada, na
música serelepe de Ceciro, quando este cedeu seu banquinho para um desfile de
pérolas e outras pedras preciosas. Atendendo ao convite, vieram Sandra Frietha,
Luka Magalhães, Lígia Regina e Eder Lima, João Caetano, Alexandre Santo, Seh M.
Pereira, Paulinho dhi Andrade, Gilberto Braz, Kita (do Sarau da Maria), o
cordelista Costa Senna (chegando de shows no Ceará direto pra CA), mais a dupla
Brener e Juliana (e seu trompete).
Da tchurma do Hospício
Cultural, chegaram chegando Bruno Azenha, Lucas Afonso, Rafael Carnevalli, Daniele,
Cabelo, Tiago, Karoline, Pinga, Rodrigo e Felipe.
E teve ainda Manogon, Akira,
Romildo de Souza (e seu violão sempre suingado), Os Kabras de Baquirivú
(Ronaldo Ferro, Joaquim Lima, Xavier, Quinho, Pérola Negra, mais a participação
especial de Beto Rios), Tião Baia (com a participação
especialíssima do Camacho, assinando pela primeira vez a lista de presença na
CA), Gildo Passos (sempre o epicentro do carisma), acompanhado de Marcel Acauã,
e eu, em algum momento que o som falhou, embromando nuns poemas dispersos, para
entreter a platéia.
Não bastasse
a alegria da celebração, o cantor, compositor, arranjador e produtor Lucas
Cabral (parceiro do Xavier em outros projetos na Casa de Farinha), fez um
belíssimo trabalho de captação de áudio para que o registro vire um cd, a ser
divulgado em breve.
O Sarau
também rende loas, palmas e outros xavecos aos Big Charlie, Carlos Scalla, Luka Magalhães, Célia Ribeiro, Xavier e tantos outros que nos eternizam
com suas inseparáveis câmeras, que tudo veem e registram. Também endereçamos beijos,
abraços e afagos à Célia e Clarice Yamasaki, além do grande e onipresente Henrique
Gabriel, autêntico estafe 5 estrelas.
Quer dizer, o
ano mal começou e podemos deduzir que os primeiros gols já foram feitos. E, em
ano de copa do mundo, vamos lutar para que a poesia, a arte, ganhem de goleada.
Invictas.
|
Lucas Kabral, produção de cd do sarau (foto Xavier) |
|
Os Kabras de Baquirivu, atração do sarau (foto Ligia Regina) |
|
Pessoal atento ao sarau (foto Luka Magalhães)
Arte de Luka Magalhães para o 20º sarau da CA
Arte de Manogon para o 20º sarau da CA
|
|
|
|
|
|
|
|